30 abril, 2025

Campainhas ou tintinnabula - UM MÊS, UMA PEÇA - maio 2025

 


Super Categoria Arqueologia
Categoria Artefactos ideotécnicos
Subcategoria Rituais
Nº de Inventário MSA-2648 e MSA –2649
Objeto Campainhas romanas
Proveniência Vaca Negra, Urgeses, Guimarães
Cronologia Século II d.C.
Matéria Bronze
Técnica Fundição
Altura 7,2 e 5,9 cm
Diâmetro 9,9 e 10,7 cm
Peso 508 e 326 g

Descrição
 

Campainhas ou tintinnabula de secção hemisférica, de dimensões idênticas, uma está completa, a outra já não possui o pedúnculo de suspensão.

As campainhas romanas de Urgezes

 
Um dos achados romanos mais peculiares de Portugal foi a recolha de um par de campainhas de bronze (tintinnabula), e duas ânforas romanas, na freguesia de Urgezes, ao arrancar uma árvore. O achado terá ocorrido em 1921, ou pouco antes, porque foi nesse ano que os materiais foram doados ao Museu Martins Sarmento, pelo Dr. Joaquim José de Meira.
Foi um achado ocasional, com um contexto incerto, característico de grande parte dos achados arqueológicos mais expressivos ocorridos na época em questão. Além do seu extraordinário estado de conservação, trata-se de dois raros exemplares de instrumentos musicais da Antiguidade que se conservam.
Ao classificar estas duas peças idênticas como instrumentos musicais, não devemos limitar a sua possível utilização original, que pode ter sido diversa. Campainhas foram usadas quer para a produção de música, propriamente, quer como alfaias litúrgicas, objetos votivos, peças colocadas em sepultamentos, objetos utilizados em cerimónias públicas como inaugurações ou abertura de festividades. Era também comum a utilização de campainhas como objeto apotropaico, colocado junto às portas das casas como elemento de proteção espiritual, ou com uma função mais simples como a sinalização de animais nos pastos.
O facto de desconhecermos hoje o seu contexto específico de deposição limita bastante a sua interpretação, quer quanto à real função destas peças, quer quanto ao sítio arqueológico onde elas foram recolhidas, algures no lugar conhecido como Vaca Negra, não longe da Igreja Matriz ("Velha") de Urgezes. Também junto a esta Igreja recolheu Martins Sarmento fragmentos de tegulae.
Parece assim verificar-se um padrão em relação à identificação de vestígios de época romana nas imediações das igrejas paroquias do Concelho de Guimarães, ou na área do núcleo original das paróquias.

Bibliografia

- BEARD, M. (2010). Pompeia: O dia-a-dia da mítica cidade romana, A Esfera dos Livros, Lisboa.
- BLÁZQUEZ MARTÍNEZ, José María (1984-85) - Tintinnabula de Mérida y de Sasamón (Burgos). Zephyrus 37-38, pp. 331-335.
- DAREMBERG, Charles Victor e SAGLIO, Edmond (1892) - Dictionnaire des Antiquités Grecques et Romaines, tomo V, p. 341 [tintinnabulum], Paris.
- PINA, José (1921) - Boletim, Revista de Guimarães, XXXI, p. 94.
- VILLING, Alexandra (2002) – For Whom did the bell toll in ancient Greece? Archaic and Classical Greek bells at Sparta and beyond, The Annual of the British School at Athens, 97, pp. 223-295.

publicado por SMS às 14:54 0 comentários

02 abril, 2025

UM MÊS, UMA PEÇA - Candela - Abril 2025 - SMS

 

 


Super Categoria Arqueologia
Categoria Cerâmica utilitária
Subcategoria Iluminação
Nº de Inventário MSA-2500
Objeto
Candela
Proveniência
Eiriz, Paços de Ferreira
Época Romana
Cronologia séc. IV-V d.C.
Matéria Cerâmica
Técnica Torno
Largura 7,5 cm
Altura (parte central) 3,8 cm
Diâmetro bocal 2,5 cm
Comprimento 10 cm

Descrição 

As designadas “lucernas abertas” ou candelas, constituem uma nova variante no que diz respeito à forma dos recipientes romanos de iluminação.
Estas peças caracterizam-se pela sua forma aberta e por serem produzidas em contextos tardios, nomeadamente no séc. II- VI, convivendo ainda com algumas tipologias de lucernas tardias.
As candelas são difíceis de tipificar por serem fabricadas a torno, o que implica a criação de numerosas variantes morfológicas.
Deste tipo, estão identificadas candelas em Braga, Póvoa do Varzim, Vila Praia de Âncora, Alvarelhos, Porto, Amarante, Guifões e Maia.
Esta candela, de tipo 3, apresenta o corpo hemisférico e paredes arqueadas. Com bordo envasado e lábio boleado introvertido de desenvolvimento horizontal. De fundo ligeiramente côncavo e de médias dimensões, apresentando marcas do torno e da corda de oleiro com que a peça foi cortada. O rostrum central cilíndrico que se desenvolve até ao limite superior do bordo, apresenta três fendas verticais ovaladas. Possui asa de fita, ligeiramente elevada. A pasta é compacta de cozedura uniforme, de coloração cinzento-escuro devido ao contacto com a chama. Apresenta elementos não-plásticos compostos à base de quartzo e mica de calibre médio/grosso. A superfície é alisada com vestígios de espatulamento com a mecha.
Desconhece-se o ano de entrada da peça no museu bem como o seu doador.

Bibliografia

- ALMEIDA, José António Ferreira de, Introdução ao estudo das Lucernas Romanas em Portugal, In O Arqueólogo Português, Lisboa, 2ª Série, 1953, vol. 2, pp. 187, estampa XLIV, nº 220
- BAIRRÃO OLEIRO, João Manuel, Lucernas romanas: catálogo, Coimbra, 1952, p. 28, Est. VIII, nº 14
- BELCHIOR, Maria Claudette Alves, Lucernas romanas de Conimbriga, Coimbra, 1971, p. 52, nº 107, Est. XII, nº 3
- ESTEVES, Andreia Filipa Campos, Contributo para o estudo das lucernas de produção local/regional no Norte de Portugal, Dissertação de Mestrado em Arqueologia, Faculdade de Letras da Universidade do Porto, 2016, Estampa 100, nº253
- PINTO, Rui Serpa, Museu de Martins Sarmento, In Revista de Guimarães, vol. 39, 1929, p. 180, fig. 3
- SILVA, Armando Coelho Ferreira da, Paços de Ferreira - as origens do povoamento: do megalitismo à romanização In Paços de Ferreira. Estudos monográficos, volume 1, 1986, p. 125, Est. XXVIII, nº 8
- WALTERS, Henry Beauchamp, Catalogue of the Greek and Roman Lamps in the British Museum, London, 1914, p. 215-216, nº 1414, 1415, 1430 e 1431

publicado por SMS às 14:50 0 comentários

13 março, 2025

Guimarães e Francisco Martins Sarmento, na Tintura Científica e Literária de CAMILO CASTELO BRANCO

Guimarães e Francisco Martins Sarmento, na Tintura Científica e Literária de CAMILO CASTELO BRANCO

 

CAMILO CASTELO BRANCO NASCEU, no dia 16 de março de 1825, em Lisboa. Foi um literato extraordinariamente versátil, tendo sido com a criativa “pena” de homem de letras, jornalista, poeta, romancista, dramaturgo, biógrafo, bibliógrafo, polemista, crítico, cronista e investigador histórico. Fez ainda traduções, revisões e anotações de trabalhos de outros autores, organizou edições várias, entre outros textos. Foi um polígrafo singular. Em 1885 foi agraciado, pelo Rei D. Luís, com o título de Visconde de Correia Botelho.

Considerado por muitos como um dos mais destacados génios da literatura portuguesa, o escritor da Casa de Seide, como assinalou o Conde de Sabugosa (1925), “deu à fala lusa duas notas que o patriciado dos clássicos desconhecera – O Riso e as Lágrimas (…) com lunetas feitas de Ironia os seus olhos observaram incisivamente os ridículos que o rodeavam (…) a sua alma doente ensinou-lhe o segredo de expressar a Dor. Riu e chorou! Foi humano! Foi genialmente humano. Entre a zombaria e a amargura Camilo abria por vezes parêntesis de afável sociabilidade que faziam as delícias dos seus íntimos”.
Os escritos que Camilo Castelo Branco deixou publicados, evidenciam a sua grande capacidade de observação da sociedade em que viveu, permitindo-nos através deles estabelecer um retrato do ambiente social, cultural, político e económico de Portugal no séc. XIX. Proporcionam um meio que permite sobre a condição do ser humano e os costumes da época.

Por entre as “onze dúzias de livros” de Camilo Castelo Branco, como observa Alberto Vieira Braga (1925), o escritor “pintou a natureza toda, inteira, nas sensações, nas gamas, nos segredos, perscrutou das paixões e foi traçando a largas manchas os encantos da terra, os venenos da vida e as corrupções da alma, dando esbelteza ao sorrir das flores, maviosidade ao gorjeio das aves, doçura ao canto das mulheres e imprimiu ritmo de graça ao jeito dos braços que se quebram nas danças de folga, e deu balanço de harmonia ao jeito do corpo que se consome no lidairar do trabalho, pôs a alma na grandeza da esmola, no amparo do faminto, no frio da desgraça e cobriu de beijos os filhos tenros das mulheres perdidas; sorriu a pobres, cariciosamente, amparou misérias, com ternura, sacudiu palhaços, agitou carcaças, arremeteu contra fantasmas, jogou o pim-pam-pum, fez dançar muitos robertos como que em cacifos de feira, cascalhou de ironia, atenazou corações, salvou almas, matou muita gente e perdeu muita mulher!... Soube rir e soube chorar; soube sofrer e penar como mártir, e soube lutar e morrer como homem, filho do desalento e da desgraça!”.

Também, Guimarães e Francisco Martins Sarmento vivem na obra literária de Camilo Castelo Branco. Com o erudito vimaranense o escritor de Seide manteve, durante vários anos, uma relação de profunda amizade, assim como de comunhão e partilha intelectual. Camilo, para além de várias referências que na sua obra fez a Martins Sarmento, também dedica ao arqueólogo vimaranense os livros “O regicida” e “No Bom Jesus do Monte”. O espírito benemérito de ambos, evidencia-se no contributo que dedicaram na obra “Óbolo às crianças”.

Vários textos camilianos, como “A viúva do enforcado”, “Memórias do Cárcere”, “No Bom Jesus do Monte”, “A filha do regicida” e “A brasileira de Prazins", entre outras obras, são povoados por paisagens e personagens vimaranenses, reais ou ficcionadas.

Nos 200 anos que passam sobre o nascimento do escritor da Casa de Seide, a Sociedade Martins Sarmento assinala a efeméride camiliana, apresentando a exposição Guimarães e Francisco Martins Sarmento, na tintura científica e literária de Camilo Castelo Branco. O momento expositivo revisita a obra de Camilo, especialmente o trabalho literário com referências ao território vimaranense, e a relação de amizade entre o escritor e F. Martins Sarmento.

 

 

publicado por SMS às 11:28 0 comentários

12 março, 2025

RAUL BRANDÃO, COMEMORAÇÃO DO NASCIMENTO

RAUL BRANDÃO, COMEMORAÇÃO DO NASCIMENTO

 

 Maria Angelina e Raul Brandão. Arquivo Sociedade Martins Sarmento.


12 de março de 1867, RAUL BRANDÃO NASCEU no Porto, na Foz do Douro. Foi escritor. Casou em Guimarães, com a vimaranense Maria Angelina, e viveu na Casa do Alto, Nespereira, local onde escreveu uma parte significativa da sua obra literária.

A Sociedade Martins Sarmento assinala mais um aniversário do Escritor da Casa do Alto, revisitando o II volume das “Memórias” de Raul Brandão, publicado pelo escritor em 1925, através de um excerto do texto “O silêncio e o lume” (para Maria Angelina Brandão):

“A certa altura da vida tive a impressão de que me despenhara num mundo de espectros. A face humana meteu-me medo pelo que nela descobria de repulsivo e grotesco. Fugi para poder viver; tudo me soava falso e me parecia inútil. Paz e uma árvore. Vamos, disse-te, ser como aqueles náufragos de jangada, que vi numa estampa, agarrados um ao outro, entre o mar encapelado. Estamos nas mãos de uma coisa desconforme e frenética que nos dá a ilusão e a morte. Deixemo-nos levar, que isto dura pouco. E daí não sei… Muitas vezes tenho perguntado se seríamos mais felizes noutra existência calma. Supõe a eternidade imutável no céu imutável, e talvez tivéssemos saudade da dor…

Mas tudo isto no fundo, bem no fundo, era egoísmo. Não compreendia a vida. À própria natureza preferia um cenário. E o que eu não queria era ver a outra coisa enorme – a outra coisa esplêndida que é a Vida. O que eu não queria era ver…

Fugimos para a aldeia…A nossa casa fica a meia encosta da colina. Por trás o mar verde dos pinheiros, em frente os montes solitários. Este cantinho rústico criei-o eu palmo a palmo. Tudo isto foi pedra e uma árvore contemporânea da fundação da monarquia. O carvalho centenário cobria todo o eido. Era enorme, era prodigioso. No tronco, que nem seis homens podiam abranger, tinham os bichos as luras e seu hálito sentia-se ao longe. Logo que o vi fiquei apaixonado. – Vamos viver juntos, vou envelhecer ao pé de ti. – Nós não ouvíamos as árvores, mas a sua alma comunica sempre connosco: sua força benigna toca-nos e penetra-nos…

Construí a casa, plantei as árvores, minei as águas. Absorvi-me. Uma pedra basta, basta-me um tronco carcomido…Este tipo esgalgado e seco, já ruço, que dorme nas eiras ou sonha acordado pelos caminhos, sou eu. Sou eu que gesticulo e falo alto sozinho, envolto na nuvem que me envolve e impregna. Que força me guia e impele até à morte?”

Tenho apanhado sol em todas as eiras. Nunca me farto de ver as grandes pedras veneráveis, nem de falar com jornaleiros, cavadores e pedreiros, que não ganham para comer (…) Refiro-me principalmente aos pedreiros – geração formidável que há séculos vem rachando a alvenaria para edificar a casa, erguer os socalcos e lajear as eiras. São homens só ossatura e pele, que na mesma cantilena – ou pedra – ou – oupa – lá – têm erguido as cabanas de todos estes arredores. É o Tordo, o Carvalhoa, o Bernardino, quase todos da mesma família, alguns velhos de poucas falas, e os filhos, que vão sucedendo aos pais no mesmo mester de cortar a laje e a afeiçoar a pico e cinzel, sempre cantando e trabalhando – ou pedra – ou – oupa – lá – para no fim da vida acabarem de fome.

O que aqui conserva um caráter eterno são as árvores, os montes e o trabalho no campo e nas eiras, que à força de ser transmitido – sempre os mesmos gestos – adquiriu uma beleza extraordinária, entranhada até ao âmago nos vivos e nos mortos.”

publicado por SMS às 14:47 0 comentários

28 fevereiro, 2025

UM MÊS, UMA PEÇA - Alabardas de Carrapatas - março 2025 - SMS






UM MÊS, UMA PEÇA - Alabardas de Carrapatas

 

Super Categoria Arqueologia
Categoria Armas
Nº de Inventário MSA-781 e MSA-782
Objeto Alabardas
Cronologia Bronze Antigo (2200-1750 a.C.)
Matéria Cobre arsenical
Proveniência Carrapatas, Macedo de Cavaleiros, Bragança
Largura 13,3 cm e 9,5 cm
Comprimento 34,5 cm e 29,5 cm
Espessura 0,8 cm
Peso 635 g e 540 g 

Descrição 

Estas duas alabardas em cobre arsenical foram encontradas num local não especificado algures no território de Freguesia de Carrapatas, Concelho de Macedo de Cavaleiros. Por esta razão estão na origem do nome da tipologia que as definiu no âmbito da investigação arqueológica: o subtipo Carrapatas, das chamadas "alabardas atlânticas", produzidas na primeira Idade do Bronze. A produção destes objetos, embora cronologicamente integrada no que chamamos Idade do Bronze, terá ocorrido num momento anterior à introdução da metalurgia deste metal no Ocidente da Península Ibérica.

Caracterizam-se pelo tipo de lâmina triangular larga, de extremidade arredondada. É provida de um espesso reforço ou veio longitudinal, o qual é seguido, de ambos os lados, por caneluras que acompanham o fio da folha metálica. A zona de encabamento, muito larga, tem contorno triangular de ângulos arredondados e possui três orifícios para rebites, que uniriam a lâmina à haste da alabarda.

As duas alabardas apresentam dimensões diferentes, mas são exatamente do mesmo modelo e de idêntica constituição metálica, o que leva a crer que tenham saído ambas da mesma oficina de fundidor. Sendo peças vistosas, com caráter excecional e aparentemente fabricadas em contexto doméstico, em pequena escala, crê-se que estas peças não teriam uma utilização prática, sendo antes consideradas objetos de prestígio. De facto, elas não evidenciam utilização. Embora se desconheça o contexto concreto em que estes dois exemplares foram recolhidos, nos casos em que o mesmo foi registado, é habitual surgirem em enterramentos ou em depósitos de materiais metálicos, cuja interpretação varia entre a ocultação de bens preciosos e a deposição ritual.

Algumas destas alabardas fazem parte da iconografia guerreira característica desta época, como é o caso de uma estela gravada encontrada em Longroiva, Mêda, em que uma figura humana ostenta uma alabarda deste tipo.

Oferta de José Henriques Pinheiro, professor do Liceu de Bragança e sócio correspondente da SMS, em novembro de 1891.

Composição Química

MSA-781 Arsénio (As): 4,0; Prata (Ag): 0,035; Níquel (Ni): 0,058; Cobre (Cu): 95,907; % total de impurezas: 4,093

MSA-782 Arsénio (As): 5,3; Prata (Ag): 0,013; Níquel (Ni): 0,025; Bismuto (Bi): 0,001; Cobre (Cu): 94,661; % total de impurezas: 5,339

Bibliografia

- Seán P. Ó Ríordáin, "The halbert in bronze age Europe", Oxford, 1937, Archaeologia, or Miscellaneous Tracts Relating to Antiquity, Vol. LXXXVI, p. 288, 291, 320.
- Mário Cardoso, "Breves observações a propósito das análises espectrográficas de alguns instrumentos metálicos da Idade do Bronze, pertencentes ao Museu de Martins Sarmento", Revista de Guimarães, vol. 70, 1960, p. 169-184.
- Obras de Mário Cardozo, vol. I, 1994, Porto, Fundação Eng. António de Almeida, p. 409-427.
- Revista de Guimarães, vol. IX, 1892, p. 68.
- Francisco Martins Sarmento, Manuscritos Inéditos, Cad. 44, p. 54.
- Francisco Martins Sarmento, Antiqva - Apontamentos de Arqueologia, 1998, p. 466.
- Gabriel e Adrien Mortillet, "Musée préhistorique", Paris, 1881, pl. LXVIII, fig. 694.
- Maria de Lurdes Bártholo, "Alabardas da época do bronze no Museu Regional de Bragança". In: Actas e Memórias do I Congresso Nacional de Arqueologia, Lisboa, Instituto de Alta Cultura, Vol. I, 1959, p. 435-436 e fig. 9.
- Armando Coelho Ferreira da Silva, Ordo zoelarum: arqueologia e identidade do nordeste de Portugal, Museu do Abade de Baçal, 2011.
- A idade do bronze em Portugal - discursos de poder, Instituto Português de Museus, 1995, p. 29-31.
- João Carlos de Senna-Martinez, Aspectos e Problemas das Origens e Desenvolvimento da Metalurgia do Bronze na Fachada Atlântica Peninsular, Estudos Arqueológicos de Oeiras, vol.15, 2007, p. 119-134

publicado por SMS às 15:46 0 comentários

20 fevereiro, 2025

Prémio de História Alberto Sampaio, edição 2025

 


publicado por SMS às 10:19 0 comentários

03 fevereiro, 2025

Um Mês, Uma Peça 1 a 28 de fevereiro de 2025


Um Mês, Uma Peça

1 a 28 de fevereiro de 2025


Candil do séc. XI/XII

A Sociedade Martins Sarmento dando continuidade em 2025 ao ciclo UM MÊS, UMA PEÇA, onde serão expostas e estudadas em detalhe 12 peças da sua coleção, escolheu para o mês de fevereiro um candil do séc. XI/XII.

Esta peça poderá ser visitada no nosso espaço de terça a domingo das 10h00-12h30 e das 14h30-17h30.

Super Categoria Arqueologia

Categoria Cerâmica

Subcategoria Iluminação

Nº de Inventário 733

Datação
Séculos XI/XII

Técnica de fabrico Manual e torno

Dimensões (cm)
Comp. 16,5 x Alt. 6,7 x Diâm. máx 7,3; Diâm. base 4,2

Descrição

Candil de cerâmica, com bico de paredes retas e lábio em bisel com vestígios de fuligem na ponta, coberto em ambas as faces de engobe esbranquiçado. Apresenta base plana ligeiramente convexa, depósito bitroncocónico com canelura saliente a meia altura do depósito, asa de fita em forma "D" de secção oval que parte da carena até à base do colo, com uma pequena porção do colo de forma troncocónica. Pasta bege clara, homogénea e bem depurada com alguns elementos não plásticos de grão médio.

Este candil ostenta a decoração de corda seca parcial de que subsistem ainda manchas de esmalte amarelo melado dispostas na parte superior do depósito.

Além disso, a forma do depósito assim como o bico de canal com as características paredes facetadas que formam uma reentrância entre o contorno do depósito e do bico de canal, situam este candil no contexto das produções dos séc. XI/XII.

Candil de proveniência desconhecida, tendo sido oferecido ao museu da SMS pela senhora D. Amélia Vaz Monteiro Gomes, de Sintra em 3 novembro 1962.

Historial

Segundo o artigo "E da noite se fez dia... Alumiar em período islâmico" publicado na revista digitAR é explicado de forma sucinta e clara a definição de candil e a sua evolução, conforme é descrito a seguir: "A palavra candil deriva da palavra árabe qindīl, a qual para uns autores é um helenismo (Rosselló Bordoy, 1991: 149), defendendo outros que procede do término latino candela, do qual também provém a palavra candeia (Gómez Martínez, 2004: 276). Frequentes em contextos islâmicos, os candis são recetáculos de azeite utilizados na iluminação doméstica, conhecendo-se dois tipos principais.

O primeiro consiste numa forma fechada, constituída por um reservatório (que continha o azeite), colo (por onde se introduzia o combustível), bico (onde se colocava o pavio) e uma asa para facilitar o manuseamento (Serrano, 2011: 56-57).

Este tipo é o mais antigo e frequente, surgindo em época emiral (séc. VIII-IX), desenvolvendo-se no decurso do período califal (séc. X-XI), tendo atingido o seu auge durante a época almorávida (séc. XI-XII) /almóada (séc. XII-XIII).

A evolução morfológica deste tipo está intimamente ligada à dicotomia diâmetro do reservatório/comprimento do bico: os mais antigos apresentam reservatórios grandes e bicos pequenos, morfologia que os aproxima das antecedentes lucernas romanas, enquanto os mais recentes possuem bicos maiores e reservatórios menores. Verifica-se, pois, que os mais antigos

apresentam bicos muito pequenos, amendoados, a que se sucedem candis com bico em forma de cauda de pato, evoluindo, no século IX, para bicos lanceolados (Zozaya Stabel-Hansen, 2007: 130). A evolução prossegue com o seu alargamento, fazendo lembrar uma “orelha de mula” (segunda metade do século IX), uma “orelha de lebre” (primeiro quartel do século X), sendo que começam a desenvolver paredes facetadas. No período de taifas, as cinco facetas criam uma “forma de barca”, voltando a afilar-se no período almorávida e, por último, no almóada os bicos são largos e profundos, apresentando-se facetados (Zozaya Stabel-Hansen, 2007: 130).

No que concerne aos acabamentos, verifica-se uma diversidade que passa dos alisados aos vidrados, passando pelos engobes e aguadas. Relativamente à ornamentação, estão presentes as mais variadas técnicas, nomeadamente, incisão, pintura (a branco, preto e vermelho) e corda seca parcial, bem como o vidrado parcial, o verde e manganés e os pingos de vidrado.

O segundo tipo, os candis de disco impresso, surgem em época almóada e assemelham-se às lucernas de períodos anteriores, facto que levou a que inicialmente se considerassem como elementos de transição entre a romanidade e o período islâmico (Zozaya Stabel-Hansen, 1999: 261).

Vidrados essencialmente a verde ou melado, estes candis eram produzidos a molde. Apresentam forma geralmente circular, corpo troncocónico ou cilíndrico, base plana, face superior com pequeno orifício para introduzir o azeite no reservatório, asa vertical circular e bico de canal de secção em U."

Bibliografia

- CAVACO, Sandra; COVANEIRO, Jaquelina; CATARINA COELHO, Maria; SOFIA GOMES, Ana; INÁCIO, Isabel; BUGALHÃO, Jacinta; CRISTINA FERNANDES, Isabel; et al. "E da noite se fez dia... Alumiar em período islâmico". digitAR - Revista Digital de Arqueologia, Arquitectura e Artes nº 8 (2022), pp. 227-242.

- GÓMEZ MARTÍNEZ, Susana (2004). La Cerámica Islámica de Mértola: producción y comercio. Tesis doctoral. Facultad de Geografía e Historia. Universidad Complutense de Madrid.

- KEMNITZ, Eva (1993/94). Candis da colecção do Museu Nacional de Arqueologia. O Arqueólogo Português, Série 4, Volume 11-12 (1993/1994 - ed. 1999), pp. 427-472

- Núcleo arqueológico da Rua dos Correeiros / coord. Fundação Millennium BCP; textos Jacinta Bugalhão, IGESPAR, Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico, Rui Carvalho (BG 37-7-152)

- Revista de Guimarães (1962), vol. 72, p. 491-492

- ROSSELLÓ-BORDOY, Guillermo (1991). El nombre de las cosas en al-Andalus: Una propuesta de terminología cerámica. Palma de Mallorca: Sociedad Arqueológica Luliana y Museo de Mallorca.

- SERRANO, Liliana (2011). Lucernas, candis e candeias: para uma distribuição geográfica no território português. Dissertação de mestrado em Arqueologia e Território. Faculdade de Letras. Universidade de Coimbra.

- VASCONCELLOS, José, (1902), “Candeias árabes do Algarve”, O Archeólogo Português, vol. 7, série 1, Imprensa Nacional, Lisboa, pp. 119-123

- ZOZAYA STABEL-HANSEN, Juan (1999). Una discusión recuperada: candiles musulmanes de disco impreso. Arqueología y Territorio Medieval, 6, pp. 261-278.

- ZOZAYA STABEL-HANSEN, Juan (2007). Los candiles de piquera. Tierras del Olivo. El olivo en la Historia. Fundación El Legado Andalusí, pp. 125-135.

publicado por SMS às 14:11 0 comentários

08 janeiro, 2025

Um Mês, Uma Peça 1 a 31 de janeiro de 2025 - Urna cinerária

Um Mês, Uma Peça
1 a 31 de janeiro de 2025

 


Urna cinerária


A Sociedade Martins Sarmento irá dar continuidade em 2025 ao ciclo UM MÊS, UMA PEÇA onde serão expostas e estudadas em detalhe 12 peças da sua coleção.
A peça em destaque do mês de janeiro é uma urna cinerária da época romana (séc. I a IV d.C.), procedente de Poza de la Sal (Burgos).
Esta peça poderá ser visitada no nosso espaço de terça a domingo das 10h00-12h30 e das 14h30-17h30.

Super Categoria Arqueologia

Categoria Escultura

Designação Urna cinerária 

Nº inventário SMS/0121 

Dimensões 24x29x27cm

Descrição

Pequeno monumento funerário, de época romana (séculos I a IV d. C.), destinada a conter cinzas resultantes da cremação de um, ou mais, defuntos. Esta função, no entanto, tem vindo a ser discutida, dada a sua morfologia e dimensões. Pode ter sido apenas um pequeno monumento que seria colocado sobre a verdadeira urna, ou mesmo sobre uma sepultura de enterramento, hábito que se veio a generalizar com o passar do tempo.

É um bloco de calcário esculpido em forma de casa e cavado no seu interior, que é, assim, oco. Mostra uma abertura no fundo, por onde se esculpiu o interior, e uma outra, mais pequena, com 8cm de diâmetro, no que aparenta ser a "fachada principal" desta minúscula casa. Esta face mais visível ostenta uma elaborada decoração: três rosáceas sexfólias, dispostas em triângulo, e, no meio destas, um crescente lunar, símbolos astrais frequentes nas nossas estelas do período romano.

Foi oferecido ao Museu da Sociedade, em 1934, pelo professor de Arqueologia da Universidade de Madrid, Dr. Júlio Martínez Santa-Olalla (Burgos, 23.08.1905 − Madrid, 12.02.1972. Arqueólogo, numismata). A associação visual com uma "pedra formosa" contribuiu, em tempos, para reforçar a interpretação funerária dos balneários dos castros. Mas a semelhança é meramente morfológica, decorrente da figuração da nova casa dos familiares defuntos.

Provém de um sítio arqueológico, localizado a poucos quilómetros da povoação espanhola de Poza de la Sal (Burgos), onde foram identificadas cerca de trezentas peças idênticas a esta, embora apenas se tenham inventariado cerca de oitenta.

Bibliografia

- MARTINEZ SANTA - OLALLA, J., Antiguedades romanas de Poza de la Sal (Burgos), Separata do Anuario de Préhistoria Madrileña, Madrid, 1931 - 1932 - fasc. II - III, p. 127, n.º 18, e lâm. XIII - fig. 2

- MARTINEZ SANTA - OLALLA, J., Monumentos funerários célticos. As «pedras formosas» e as estelas em forma de casa. in Homenagem a Martins Sarmento, Guimarães, 1933 - p. 234 - fig. 10 e 235

- CARDOZO, Mário, A pedra formosa e a sua interpretação arqueológica, Separata da Revista Brotéria, Lisboa, 1934 - p. 10

- GÓMEZ - MORENO, Manuel, De Epigrafia vizcaina, separata Boletín de la Real Academia de la Historia, Madrid, 1951, t. CXXVIII, cuad. I, lamina II (Estelas com porta)

- Urnas cinerárias em forma de casa de Poza de la Sal (Burgos), Museu de Burgos: Vide Memorias de los Museos arqueologicos provinciales. Madrid. 1960, vols. XVI - XVIII, p. 137 e est. XXIX - 2

- ABÁSOLO, J.A., ALBERTOS M.L. y ELORZA, J.C., Los monumentos funerarios de época romana, en forma de casa, de la región de Poza de la Sal (Bureba, Burgos), Publicaciones de la Excma. Diputación Provincial de Burgos, Burgos, 1976, nº 21

- Revista de Guimarães, vol. 43, 1933, pp. 113-114 e 124

publicado por SMS às 10:17 0 comentários

20 dezembro, 2024

JOAQUIM SANTOS SIMÕES - A militância cultural na Sociedade Martins Sarmento


JOAQUIM SANTOS SIMÕES

A militância cultural na Sociedade Martins Sarmento

No âmbito das comemorações que Guimarães tem vindo a dedicar a Joaquim Santos Simões, a Sociedade Martins Sarmento evoca a sua figura e lembra o trabalho cultural e científico que, durante vários anos, dedicou à centenário Instituição Cultural Vimaranense.
Joaquim António dos Santos Simões nasceu no dia 12 de junho de 1923, na Vila do Espinhal, Penela, no distrito de Coimbra. Realizou a sua formação académica, na Universidade de Coimbra, em Ciências Matemáticas e Engenharia Geográfica, tendo integrado a Associação Académica, da qual foi presidente, assim como o Teatro de Estudantes de Coimbra, onde foi ator, encenador e diretor.
Em 1957, J. Santos Simões muda-se para Guimarães, a fim de exercer a profissão de professor de Matemática, na Escola Industrial e Comercial de Guimarães, atualmente Escola Secundária Francisco de Holanda. Iniciava-se, assim, uma indelével ligação de Santos Simões a Guimarães e à história das instituições culturais e associativas vimaranenses.
Uma das principais figuras da cultura e do associativismo vimaranense, da segunda metade do século XX, J. Santos Simões destacou-se pelas suas capacidades intelectuais, pelo trabalho, pelo sentido de serviço e, como assinalou António Amaro das Neves, pela sua dedicação: “A resistência era um dos traços mais marcantes da figura de Joaquim António dos Santos Simões. Resistiu até aos limites das suas forças. Na manhã de quarta-feira, dia 23 de junho [de 2024], faltou pela primeira vez a uma reunião da Direção da Sociedade Martins Sarmento. Ao início da tarde chegava a notícia da sua partida”.
Quando passam 20 anos sobre a sua morte, a exposição JOAQUIM SANTOS SIMÕES, a militância cultural na Sociedade Martins Sarmento, permite um olhar sobre algumas das principais concretizações de J. Santos Simões na centenária Associação, lembrando a sua personalidade e assinalando a tenacidade da sua intervenção.
A exposição integra testemunhos de algumas pessoas com quem Santos Simões trabalhou na Sociedade Martins Sarmento, assim como o vídeo Pedra formosa: levantamento, transporte e colocação no Museu da Cultura Castreja, com realização de J. Santos Simões.
A exposição está patente nos Passos Perdidos da Sociedade Martins Sarmento, de 21 dezembro 2024 a 2 de março 2025, de terça-feira a domingo, das 10h00 às 12h30 e das 14h30 às 17h30.

publicado por SMS às 10:23 0 comentários

11 dezembro, 2024

"Boticas escreve a sua História" de Maria Isabel Viçoso


13 DEZ, 2024, Salão Nobre da SMS, 18h00

"Boticas escreve a sua História" de Maria Isabel Viçoso

Apresentação de livro

A obra estuda um espaço geográfico situado a Norte do Rio Douro, que tal como todos os outros, integrava a Pré-Histórica Gallaecia, habitada pelos Galaicos descendentes dos povos indígenas que ocuparam esse território no antiquíssimo Período Neolítico (VI a IV Milénio a.C.). Evidencia, em texto e imagem, as marcas arqueológicas presentes nos seus 34 Povoados Fortificados (os Castros); as fascinantes e enigmáticas gravuras rupestres, mamoas, numerosas cortas e túneis resultantes da extensa exploração aurífera realizada pelos Romanos.

publicado por SMS às 14:18 0 comentários

04 dezembro, 2024

D. Tão Parlapatão Oficinas de Natal - Serviço Educativo SMS


19 e 20 DEZ, 2024
D. Tão Parlapatão
Oficinas de Natal - Serviço Educativo SMS


Vamos ilustrar um conto com marionetas de papel. Não é uma historieta qualquer, é o conto de D. Tão Parlapatão, de J. Santos Simões.
 
"Trata-se de uma presença e testemunho em tempos de mudança e de solidariedade. Por isso é uma mensagem de amor pelas pessoas e pela natureza.
Dezenas de crianças e de adultos viveram-no e recriaram-no ao longo de vinte anos em mais de duzentos espectáculos. Milhares de crianças e adultos comungaram emocionados (foi tempo de emoções) esperanças e alegrias que se julgavam ao alcance da mão."
 
Durante dois dias vamos mergulhar no conto de D. Tão Parlapatão, dar vida a personagens, cenários e montar a nossa versão desta peça de teatro.

Dia 1 - 19 de dezembro
Ilustração de marionetas de papel
Dia 2 - 20 de dezembro
Ilustração e montagem de cenários

Preço da oficina: 10 € (2 dias)
(desconto de 10% para filhos de sócios da SMS)
Horário: 10h - 12h00 ou 15h00 - 17h00
Lotação máxima: 12
Faixa etária: 7-12

Formulário de inscrição: https://forms.office.com/e/2wuStVXRDa

Nota: Pedimos que tragam lanche.
O pagamento deve ser efetuado previamente na secretaria da SMS.

publicado por SMS às 10:31 0 comentários

03 dezembro, 2024

Feira do Livro da SMS - 2024

De 3 de dezembro a 12 de janeiro, a Sociedade Martins Sarmento realiza a sua tradicional Feira do Livro, onde poderá adquirir as nossas publicações, bem como as de outros livreiros presentes, a um preço muito especial.
Durante a Feira do Livro decorrerá uma série de eventos, que divulgaremos semanalmente.
Nesta edição contamos com a participação de:
Casa de Sarmento, Almanaque 23, Anno, Cólofon, Loja do Júlio, Re.Ler, Rimas e Tabuadas, Bibliographias, Snob.
O Catálogo de publicações estará disponível brevemente.

publicado por SMS às 11:46 0 comentários

Um Mês, Uma Peça, Dezembro de 2024 - Presépio de altar ou de trono

 
Ao longo de 2024, a Sociedade Martins Sarmento (SMS) estuda e expõe em detalhe peças do seu acervo museológico, com o objetivo de partilhar um pouco da história dessas peças e das coleções disponíveis na SMS.

A peça em destaque do mês de dezembro é um presépio de altar ou de trono em figurado de barro policromado, procedente da olaria Alfacinha de Estremoz.
Esta peça poderá ser visitada no nosso espaço de terça a domingo das 10h00-12h30 e das 14h30-17h30.


Categoria Escultura
Nºs Inventário Et-0450 (altar/trono), ET-0451 (Baltasar), ET-0452 (Menino Jesus), ET-0453 (Belchior), ET-0456 (Gaspar), ET-0459 (São José), ET-0460 (Nossa Senhora), ET-0461 (pastor orante) e ET-0462 (pastor ofertante)
Denominação Presépio de altar ou de trono
Cronologia 1968
Fabrico/ Marca Olaria Alfacinha, Estremoz - Portugal
Tema Imaginária: conjunto de devoção
Função Decorativa e simbólica
Técnica Rolo, bola e placa / policromado e vidrado
Matéria Barro
Altura 34,5 cm
Largura 28,5 cm
Profundidade 22 cm
Incorporação Oferta de Margarida Rosa Cassola Ribeiro em 23 maio 1970
Localização Reserva etnográfica


Descrição: Conjunto composto por 8 figuras [originalmente, deveria ser composto por nove figuras] dispostas num altar/trono de base verde com pontos brancos e "muros" pintados a azul e branco com tijolo cor-de-rosa.
No presépio de trono, as figuras encontram-se distribuídas por três degraus, hierarquizadas de baixo para cima e da esquerda para a direita do observador:
Assim no 1º degrau temos os PASTORES - (falta o pastor ofertante das pombas); pastor ajoelhado e de cabeça descoberta, em adoração, com o chapéu à frente e o pastor ofertante segurando um borrego, com tarro enfiado no braço esquerdo. O 1º degrau corresponde à base da escala social.
No 2º degrau temos a SAGRADA FAMÍLIA - Nossa Senhora ajoelhada; o Menino Jesus deitado na manjedoura e São José ajoelhado.
No 3º degrau temos os REIS MAGOS - todos de pé e segurando as respetivas ofertas: Gaspar, representante da raça asiática (de túnica cor-de-rosa: mirra); Baltasar, representante da raça africana (de túnica vermelha: incenso) e Belchior, representante da raça europeia (de túnica azul: ouro). O 3º degrau corresponde ao topo da escala social.
Todas as figuras estão de frente para o Menino.
Neste tipo de presépio existe um eixo de simetria que passa pelas figuras centrais, que têm qualquer coisa que as distingue daquelas que as ladeiam. Assim: o rei central é negro e os outros dois têm pele clara; o Menino Jesus tem natureza celeste e Nossa Senhora e São José têm natureza terrena; o pastor ajoelhado está ladeado de dois pastores em pé.
Relativamente à hierarquia e da esquerda para a direita temos as seguintes disposições. Numa sociedade patriarcal e conservadora como a da época de Jesus, há supremacia do homem nas relações sociais e a direita é valorizada em relação à esquerda. Por isso, o rei que oferece ouro está posicionado à direita, enquanto o que oferta incenso está situado à esquerda, visto que o metal é mais valioso que a resina aromática; São José está ajoelhado à direita do berço e Nossa Senhora também ajoelhada à esquerda; o pastor ofertante que segura o borrego está localizado à direita, ao passo que o pastor ofertante da pomba, está posicionado à esquerda, pois o ovino vale mais que a ave.

Origem/Historial Segundo Hugo Guerreiro, responsável técnico da Candidatura do figurado de Estremoz a Património Cultural Imaterial da Humanidade: «As origens do Figurado de Estremoz remontam ao séc. XVII/XVIII, conforme documentado em diversas fontes e coleções nacionais, em particular a do Museu Municipal de Estremoz, e encontram-se intimamente ligadas à produção de imaginária devocional, nomeadamente imagens de Nossa Senhora da Conceição e St. António, a que acresce, em finais do Séc. XVIII, a produção de presépios em todos os casos destinados a consumo por parte das classes populares.
A partir de meados do séc. XIX ocorre uma primeira alteração na produção de Figurado, expressa na sua miniaturização, simplificação formal e autonomização de Figuras originalmente associadas ao “Presépio”, tais como representações de ofícios tradicionais e de atividades do quotidiano.
Tendo a produção entrado em decadência em finais de séc. XIX, quando então apenas duas famílias de barristas se encontravam ainda em atividade, a tradição é recuperada em 1935 graças ao trabalho do escultor José Maria Sá Lemos (1892-1971), então diretor da Escola Industrial António Augusto Gonçalves, em Estremoz.
Nos anos 40, séc. XX, o oleiro Mestre Mariano da Conceição surge com a grande inovação, o “Presépio de Altar”. Unindo à tradição presepista a tradição dos “Tronos de Santo António” das festas populares, cria-se uma peça inteiramente nova, de estética popular, e que hoje é emblemática das Figuras de barro de Estremoz. Este é composto pelo altar, estrutura com três degraus, onde no primeiro degrau estão os “Pastores Ofertantes”, no segundo a “Sagrada Família” com o “Menino Jesus” deitado numa manjedoura e no terceiro estão os “Reis Magos”».
Os métodos utilizados na barrística de Estremoz são, os de rolo, da bola e da placa, esta última, na elaboração de vestuário e bases. As partes constituintes dos bonecos, que apresentam maior espessura e volume são previamente picadas por meio de uma agulha ou arame e depois corrigidos com os dedos. Este procedimento permite uma maior secagem no interior do boneco evitando assim, quebradura e fendilhagem no ato da cozedura. Um dos aspetos que mais caracteriza os bonecos de Estremoz, e diferencia este figurado do restante, é o facto de estes nascerem nus e serem posteriormente vestidos. Um boneco de Estremoz é constituído por diversas partes que são unidas entre si. Assim, a primeira peça a ser realizada é a base, que é feita através de um pedaço de barro espalmado por intermédio de uma palmatória. A próxima tarefa consiste em fazer as pernas ou saias e seguidamente o tronco. Com uma bola de barro, e um molde, segue-se a face e depois o pescoço. Os rostos são, na maior parte dos casos, feitos por meio dum molde e colados à bola de barro que constitui a cabeça. Com a ajuda dum teque ou teco (palheta na gíria dos artesãos) modela-se o cabelo. Coloca-se o boneco na base, previamente feita e com furos no local onde este vai assentar, colando-o com barbotina ou lamugem na gíria bonequeira. De seguida, passa-se para a elaboração dos braços que é realizada através de um rolinho. Corta-se a extremidade que liga ao ombro e faz-se em seguida as mãos. Estas são feitas espalmando-se a extremidade do braço menos grossa, e depois, por intermédio de uma série de incisões com a ajuda dos já mencionados teques criam-se os dedos. Unem-se os braços ao tronco com lamugem. É altura então, de vestir os bonecos e colocar todos os adornos referentes ao modelo representado, como xailes, lenços, brincos, chapéus e um número infindável de enfeites saídos da imaginação do artista, empregando-lhes assim, "movimento, vida, alma" (in Vermelho, Joaquim, Barros de Estremoz: Contributo Monográfico para o Estudo da Olaria e da Barrística, Limiar, 1990). Deixa-se o boneco secar e vai ao forno ou à mufla a 800°C / 900°C, no entanto, é importante referir que durante a modelação do boneco convém deixar secar a peça durante as fases da união das várias partes constituintes do boneco. Os bonecos são peças muito frágeis e, portanto, são necessários muitos cuidados no processo de enfornamento. Finalmente, o boneco passa pelo processo de pintura onde prevalecem o verde, o azul, o vermelho, o zarcão, o amarelo, o branco, o roxo, o laranja e o preto. As tintas utilizadas são os óxidos que são dissolvidos em água e misturados com grude previamente derretido. Contudo, foram introduzidos recentemente, por questões comerciais e técnicas, têmperas, ou seja, tintas a água ou plásticas que são misturadas com colas resinosas para madeira. Estas colas proporcionam ao boneco, resistência à luz e à humidade, sem, no entanto, prejudicar a cor. Sobre a pintura seca é colocado um verniz que, nos séculos passados, era fabricado pelos próprios barristas através de processos que se perderam. Foram posteriormente substituídos por vernizes industriais.
in Processo do Inventário Nacional do Património Cultural lmaterial. Disponível em: https://ich.unesco.org/doc/src/35004.pdf

A Produção de Figurado em Barro de Estremoz que mantém as características populares tradicionais e cujas origens remontam a influências barrocas, integra o Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial, desde 2014, sendo desde 07-12-2017 Património Cultural Imaterial da Humanidade da UNESCO.

A Olaria Alfacinha, foi fundada por Caetano Augusto da Conceição em 1881, na Rua do Arco, transferindo-se sucessivamente para a Casa das Fardas e para a Rua de Santo António, todas em Estremoz. A olaria esteve na posse da família até 1987, tendo produzido louça não vidrada e louça vidrada.
Em 1987, a olaria foi vendida a Rui Pires de Zêzere Barradas, professor, que conjuntamente com sua mulher Cristina, dela foi coproprietário até 1995, ano em que a olaria cessou a sua atividade. Neste último período, a olaria produziu apenas louça vidrada. in https://dotempodaoutrasenhora.blogspot.com/

 

 

publicado por SMS às 11:46 0 comentários

"Nos 50 Anos do 25 de Abril: memórias e reflexões sobre as mudanças da sociedade portuguesa" - Apresentação de livro



Registo da apresentação do livro "Nos 50 Anos do 25 de Abril: memórias e reflexões sobre as mudanças da sociedade portuguesa", ontem, dia 28 de novembro de 2024, no Salão Nobre da Sociedade Martins Sarmento.
O livro foi recentemente publicado pela UMinho Editora, para assinalar os 50 anos do 25 de Abril, que coincidem também com as comemorações do cinquentenário da Universidade do Minho, e reúne mais de duas dezenas de testemunhos e ensaios sobre o 25 de Abril e o seu impacto em diversos domínios da vida nacional.
A sessão contou com a presença e a intervenção de Eloy Rodrigues e José Cadima Ribeiro, coorganizadores da obra, de Eduardo Fernandes, que contribuiu com um texto para o livro, e de Maria Manuel Oliveira, que fez um comentário à publicação. A sessão terminou com uma intervenção de Wladimir Brito, que também participou nesta publicação, recordando as suas memórias do 25 de abril de 1974.

publicado por SMS às 11:44 0 comentários

Exposição Vasco da Gama - O mundo novo do mundo - Sala de Leitura da SMS

Volvidos 500 anos sobre a morte de Vasco da Gama (ca. 1469-1524), a Sociedade Martins Sarmento lembra esta importante figura dos Descobrimentos Portugueses, cuja ação se liga indelevelmente à descoberta do caminho marítimo para a Índia, apresentando a exposição VASCO DA GAMA, um mundo novo do mundo. Figura do imaginário coletivo, Vasco da Gama surge-nos, como afirma Luís Adão da Fonseca (1997), sob uma “imagem complexa e um perfil multifacetado […] que, protagonizando um momento cúspide da história nacional e universal, acaba por ser dificilmente definível.”
A exposição bibliográfico-documental promove um olhar sobre a figura de Vasco da Gama e a viagem de descoberta do caminho marítimo para a Índia, cujo poema épico de Luís Vaz de Camões – “Os Lusíadas” – imortaliza.
A exposição encontra-se patente, na Sala de Leitura da Biblioteca da Sociedade Martins Sarmento, de 21 novembro 2024 a 25 janeiro 2025, de terça-feira a domingo.

publicado por SMS às 11:44 0 comentários

ALMEIDA GARRETT, o “poeta-soldado”


A Sociedade Martins Sarmento assinala os 225 anos do nascimento de Almeida Garrett, figura notável nas letras, na política e na vida cívica, com a exposição bibliográfica ALMEIDA GARRETT, o “poeta-soldado”. O momento expositivo revisita a obra desta importante personalidade que, como considera Helena Buescu (2018), foi “sem dúvida uma «instituição» irrecusável da primeira metade do século XIX em Portugal, nome pelo qual passa tudo quanto de significativo e consequente na época foi tentado dentro do panorama intelectual e literário português”.
A exposição pode ser visitada até ao dia 15 de dezembro de 2024, na Sociedade Martins Sarmento, de terça a domingo.

publicado por SMS às 11:43 0 comentários

165 anos da publicação da primeira edição “A Origem das Espécies”, de Charles Darwin.



165 anos da publicação da primeira edição “A Origem das Espécies”, de Charles Darwin.


Nascido a 12 de fevereiro do ano de 1809, Charles Darwin (1809-1882), foi um Biólogo e Geólogo britânico, reconhecido por desenvolver a teoria da evolução das espécies por seleção natural, que propõe que os organismos que detêm características mais adaptadas ao seu ambiente têm uma maior hipótese de sobreviver e de se reproduzir, transmitindo as suas características aos seus descendentes.
No Museu da Cultura Castreja encontra-se exposto um dos exemplares da sexta edição do livro “A Origem das Espécies” que integra a coleção da Biblioteca da Sociedade Martins Sarmento.
Poderá ver esta peça e várias outras na exposição permanente do Museu da Cultura Castreja, aberto de terça a domingo, das 09h30 às 12h30 e das 14h00 às 17h00.

publicado por SMS às 11:42 0 comentários

Assembleia Fundadora da SMS


Assembleia Fundadora da SMS


Conferência por Rita Marnoto
A edição princeps de "Os Lusíadas" e o exemplar da Sociedade Martins Sarmento, de Guimarães
A Sociedade Martins Sarmento comemorou, no passado dia 23 de novembro, o 143º Aniversário da Assembleia Fundadora. Do programa da sessão constará a conferência "A edição princeps de "Os Lusíadas" e o exemplar da Sociedade Martins Sarmento, de Guimarães", proferida por Rita Marnoto, investigadora da obra de Camões, Professora da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, onde leciona Estudos Italianos, Tradução e Literatura e Artes.

publicado por SMS às 11:41 0 comentários

Dia da Floresta Autóctone


Comemora-se no dia 23 de novembro, em todo o país, o Dia da Floresta Autóctone e a efeméride foi hoje assinalada no Museu da Cultura Castreja, com uma atividade pedagógica.
Uma turma do 8º ano da Escola EB 2,3 de Briteiros realizou uma oficina-percurso em torno de um carvalho-alvarinho e de um castanheiro existentes no exterior do Solar da Ponte, aprendendo a distinguir estas árvores, realizando depois uma oficina de desenho que resultou na conceção do seu primeiro herbário.
Foi também uma oportunidade para alguns destes alunos visitarem o Museu pela primeira vez, estimulando assim a sua sensibilidade para o estudo e proteção do património natural e cultural.

publicado por SMS às 11:40 0 comentários

02 novembro, 2024

Um salão para falar e um quarto para escrever - 9 NOV, 2024 - Salões literários do séc. XX de Catarina de Lencastre a Armanda Passos, Siza Vieira, Rosa Alice Branco


9 NOV, 2024

SALÃO NOBRE DA SMS

Um salão para falar e um quarto para escrever

Salões literários do séc. XX de Catarina de Lencastre a Armanda Passos, Siza Vieira, Rosa Alice Branco

A quarta sessão do ciclo de conferências "Um salão para falar e um quarto para escrever", terá lugar no sábado, dia 9 de novembro de 2024, pelas 16h00, no Salão Nobre da SMS, com a participação dos investigadores Maria Luísa Malato, Mário Cláudio e Rosa Alice Branco. Com esta sessão, continuamos a assinalar o 2º centenário da morte de Catarina de Lencastre.



publicado por SMS às 15:52 0 comentários

Instituição fundada em 1881

Museu da Cultura Castreja

Arquivo Histórico

Hemeroteca

Colecção de Gravuras

Secção de Etnografia

Fototeca

Galeria de Arte

Citânia de Briteiros

Castro de Sabroso

Monumentos Arqueológicos

Revista de Guimarães

Serviço Educativo

Sí­tios

  • Casa de Sarmento
  • Citânia de Briteiros (Visita Virtual)

    NOTÍCIAS DA SMS

    Para subscrever informações da SMS enviar email com o título 'Notícias' para info@msarmento.org

Contactos

Sociedade Martins Sarmento

Rua Paio Galvão

4814 509 Guimarães PT

T. +351 253 415 969

F. +351 253 519 413

  • sms@msarmento.org

Horários

Sociedade Martins Sarmento
Ter-Sex 09.30-12.00 | 14.00-17.00
Sab-Dom 10.00-12.00 | 14.00-17.00
Encerrada às segundas feiras e feriados.

Citânia de Briteiros
9.00-18.00 (Verão)
9.00-17.00 (Inverno)
Encerrada a 25 de Dezembro, 1 de Janeiro e domingo de Páscoa.

Museu da Cultura Castreja
9.30-12.30/14.00-18.00 (Verão)
9.30-12.30/14.00-17.00 (Inverno)
Encerrado a 25 de Dezembro, 1 de Janeiro e domingo de Páscoa.

CITÂNIA DE BRITEIROS E MUSEU DA CULTURA CASTREJA

Localização
Guimarães, freguesia de
Briteiros, S. Salvador

Citânia de Briteiros
41º 31' 35'' N
8º 18' 55'' W

Museu da Cultura Castreja
41º 31' 13'' N
8º 19' 31'' W

Marcação de visitas
A marcação de visitas para a Citânia de Briteiros deverá ser feita pelo o telefone 253 478 952 ou pelo email citania@msarmento.org

Serviço Educativo da SMS

Actividades e informações

Contactos e marcações para o email se@msarmento.org

Últimas

  • Campainhas ou tintinnabula - UM MÊS, UMA PEÇA - ma...
  • UM MÊS, UMA PEÇA - Candela - Abril 2025 - SMS
  • Guimarães e Francisco Martins Sarmento, na Tintura...
  • RAUL BRANDÃO, COMEMORAÇÃO DO NASCIMENTO
  • UM MÊS, UMA PEÇA - Alabardas de Carrapatas - março...
  • Prémio de História Alberto Sampaio, edição 2025
  • Um Mês, Uma Peça 1 a 28 de fevereiro de 2025
  • Um Mês, Uma Peça 1 a 31 de janeiro de 2025 - Urna ...
  • JOAQUIM SANTOS SIMÕES - A militância cultural na ...
  • "Boticas escreve a sua História" de Maria Isabel V...

Arquivo

  • junho 2005
  • julho 2005
  • setembro 2005
  • outubro 2005
  • novembro 2005
  • dezembro 2005
  • janeiro 2006
  • fevereiro 2006
  • março 2006
  • abril 2006
  • maio 2006
  • junho 2006
  • julho 2006
  • agosto 2006
  • setembro 2006
  • outubro 2006
  • novembro 2006
  • dezembro 2006
  • janeiro 2007
  • fevereiro 2007
  • março 2007
  • abril 2007
  • maio 2007
  • junho 2007
  • julho 2007
  • agosto 2007
  • setembro 2007
  • outubro 2007
  • novembro 2007
  • dezembro 2007
  • janeiro 2008
  • fevereiro 2008
  • março 2008
  • abril 2008
  • maio 2008
  • junho 2008
  • julho 2008
  • agosto 2008
  • setembro 2008
  • outubro 2008
  • novembro 2008
  • dezembro 2008
  • janeiro 2009
  • fevereiro 2009
  • março 2009
  • abril 2009
  • maio 2009
  • junho 2009
  • julho 2009
  • agosto 2009
  • setembro 2009
  • outubro 2009
  • novembro 2009
  • dezembro 2009
  • janeiro 2010
  • fevereiro 2010
  • março 2010
  • abril 2010
  • maio 2010
  • junho 2010
  • julho 2010
  • agosto 2010
  • setembro 2010
  • outubro 2010
  • novembro 2010
  • dezembro 2010
  • janeiro 2011
  • fevereiro 2011
  • março 2011
  • abril 2011
  • maio 2011
  • junho 2011
  • agosto 2011
  • setembro 2011
  • novembro 2011
  • fevereiro 2012
  • março 2012
  • abril 2012
  • maio 2012
  • junho 2012
  • julho 2012
  • setembro 2012
  • dezembro 2012
  • janeiro 2013
  • fevereiro 2013
  • março 2013
  • abril 2013
  • maio 2013
  • junho 2013
  • julho 2013
  • agosto 2013
  • setembro 2013
  • outubro 2013
  • novembro 2013
  • dezembro 2013
  • janeiro 2014
  • fevereiro 2014
  • março 2014
  • abril 2014
  • maio 2014
  • junho 2014
  • julho 2014
  • agosto 2014
  • setembro 2014
  • outubro 2014
  • novembro 2014
  • dezembro 2014
  • janeiro 2015
  • fevereiro 2015
  • março 2015
  • abril 2015
  • maio 2015
  • junho 2015
  • julho 2015
  • agosto 2015
  • setembro 2015
  • outubro 2015
  • novembro 2015
  • dezembro 2015
  • janeiro 2016
  • fevereiro 2016
  • março 2016
  • abril 2016
  • maio 2016
  • junho 2016
  • julho 2016
  • agosto 2016
  • setembro 2016
  • outubro 2016
  • novembro 2016
  • dezembro 2016
  • janeiro 2017
  • fevereiro 2017
  • março 2017
  • abril 2017
  • maio 2017
  • junho 2017
  • julho 2017
  • agosto 2017
  • setembro 2017
  • outubro 2017
  • novembro 2017
  • dezembro 2017
  • janeiro 2018
  • fevereiro 2018
  • março 2018
  • abril 2018
  • maio 2018
  • junho 2018
  • julho 2018
  • setembro 2018
  • outubro 2018
  • novembro 2018
  • dezembro 2018
  • janeiro 2019
  • fevereiro 2019
  • março 2019
  • abril 2019
  • maio 2019
  • junho 2019
  • julho 2019
  • agosto 2019
  • setembro 2019
  • outubro 2019
  • novembro 2019
  • dezembro 2019
  • janeiro 2020
  • fevereiro 2020
  • março 2020
  • abril 2020
  • maio 2020
  • junho 2020
  • julho 2020
  • agosto 2020
  • setembro 2020
  • outubro 2020
  • novembro 2020
  • dezembro 2020
  • janeiro 2021
  • fevereiro 2021
  • março 2021
  • abril 2021
  • maio 2021
  • junho 2021
  • julho 2021
  • agosto 2021
  • setembro 2021
  • outubro 2021
  • novembro 2021
  • dezembro 2021
  • janeiro 2022
  • fevereiro 2022
  • março 2022
  • abril 2022
  • maio 2022
  • junho 2022
  • julho 2022
  • setembro 2022
  • outubro 2022
  • novembro 2022
  • dezembro 2022
  • janeiro 2023
  • fevereiro 2023
  • março 2023
  • abril 2023
  • maio 2023
  • junho 2023
  • julho 2023
  • agosto 2023
  • setembro 2023
  • outubro 2023
  • novembro 2023
  • dezembro 2023
  • janeiro 2024
  • fevereiro 2024
  • março 2024
  • abril 2024
  • maio 2024
  • junho 2024
  • julho 2024
  • agosto 2024
  • setembro 2024
  • outubro 2024
  • novembro 2024
  • dezembro 2024
  • janeiro 2025
  • fevereiro 2025
  • março 2025
  • abril 2025

Powered by Blogger

Creative Commons License
Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons.